O livro O Sol Negro da Rússia, lançado pelo Instituto EN há mais de um ano, permanece como o único título sobre o perigo do eurasianismo para os católicos. O livro previu o avanço dessa ideologia, levada pela popularidade cada vez maior do tradicionalismo perenialista de Rene Guenon. Não impressiona, portanto, que surjam livros enaltecendo o próprio tradicionalismo e buscando desassocia-lo de Dugin justamente para manter o crescimento sustentável da heresia e simultaneamente da ideologia eurasiana. A moda agora é repetir a mesma historia da esquerda em defesa de Marx: agora deturparam René Guénon, e o verdadeiro perenialismo ainda não foi implantado. Essa difusão, que tem efeitos muito precisos no avanço do anticatolicismo que já é forte em círculos intelectuais, agora vai ganhando ares de cultura pop graças ao trabalho de idiotas úteis que se julgam muito sagazes ao se julgarem capazes de manipular a verdade como se fossem homeopatas, com pitadas calculadas e maquiagens marqueteiras. O custo será alto, mas certamente percebido tarde demais.

Uma das confusões que tenho buscado esclarecer é a natureza diabólica do perenialismo de Guénon. Embora o professor Olavo tenha alertado sobre isso fartamente, parece que sobrou apenas uma superficial condenação ao duguinismo como mera ideologia errada ou motivados pela humilhação sofrida por Dugin no famoso debate com Olavo. Não se trata apenas disso. O duguinismo não é condenável por ser russo ou por ser revolucionário apenas, mas por ser um fruto da metafísica demoníaca do perenialismo. De nada adianta dizer que o duguinismo não é verdadeiramente perenialista. É como tentar salvá-lo dos erros gnósticos. O duginismo é quase inofensivo, se é que existiria, sem René Guénon, que é o que estrutura é dá forma a toda a ideologia eurasiana. O que Upton faz é enaltecer a ideia de uma "verdadeira tradição primordial", assim como fizeram os nazistas e os próprios eurasianos. Ora, há sim uma tradição primordial e ela está na Igreja Católica. Ou melhor, há duas tradições: uma da Mulher e outra da Serpente. Para Upton, assim como para Guénon, as tradições da Igreja e das falsas religiões estão unidas por uma origem comum, acessada por meio de uma iniciação secreta. Ora, isso não apenas é condenado pela Igreja como é a expressão tradicional e histórica do gnosticismo, que nada mais é que a doutrina da Serpente transmitida aos homens. Então vocês concluam aí o tamanho do problema.

Eis o livro que parece ser proibido da direita. Leia o livro que nem os publicadores leram e saiba o que nem as editoras conservadoras estão sabendo. Entenda, com isso, o caminho progressivo da direita para o brejo.

O sol negro da Rússia https://share.google/83ksuMcZhCJi3fFQA

https://www.estudosnacionais.com/43114/diferencas-e-semelhancas-entre-a-new-age-e-o-escola-tradicionalista/

Sejamos diretos: a diferença básica entre o movimento New Age e a Escola Tradicionalista do perenialismo é muito pequena. Para o católico ela é apenas formal. Para quem não conhece, o tradicionalismo perenialista é uma linha esotérica representada principalmente por René Guénon e Fritjoff Schuon, pautados pela crença numa “tradição primordial” que estaria presente, de forma sutil e secreta, em todas as grandes religiões tradicionais. Já o movimento New Age foi uma moda disseminada por gurus e místicos no Ocidente, baseada na mistura pragmática de práticas e cultos de diversas religiões, entre elas alguns conhecimentos tradicionais mesclados a doutrinas modernas como o espiritismo, teosofia e conhecimentos pseudo-científicos.